Introdução
Os alimentos sem lactose continuam a ser o motor de crescimento do mercado de saúde e bem-estar. A categoria de alimentos sem lactose, acumulando o valor das vendas dos EUA de U$ 3,4 bilhões em 2009, representaram 41% da produção mundial de vendas de produtos alimentícios de intolerância deste ano. Em termos de crescimento, os alimentos sem lactose superaram os de saúde em geral e os de produtos de bem-estar, com um CAGR global de 7% durante o período de 2004 a 2009, contra 6% do mercado como um todo.
O desempenho da categoria foi particularmente forte na América Latina, onde atingiu um CAGR de 75%, assim como na Europa Oriental (15%) e Oriente Médio e África (14%). A Europa Ocidental, apesar de seu status de possuir um mercado bastante maduro, atingiu um CAGR surpreendentemente dinâmico de 10%. A América do Norte, por outro lado, que é o maior mercado regional de alimentos sem lactose, o que representa 58% das vendas globais em 2009, apresentou um CAGR mais tranqüilo, de 3% durante o período de 2004 a 2009.
A pesquisa da Euromonitor International mostra que os produtos lácteos sem lactose, como já previsto, representam o grosso das vendas de alimentos sem lactose, englobando uma quota de 67% do total, seguido por formulações lácteas sem lactose (28%) e sorvetes sem lactose, que contabilizam o restante. Laticínios sem lactose também registraram um CAGR forte, de 14%.
As formulações lácteas sem lactose, por outro lado, registraram queda de crescimento anual de 3% a nível global. Uma razão para isto é o declínio na taxa de natalidade, particularmente nos países mais desenvolvidos e industrializados. Além disso, a formulação do leite para lactantes intolerantes à lactose é frequentemente disponível mediante receita médica e, portanto, não adquiridos pelos consumidores de maneira convencional, por meio dos revendedores. No entanto, formulações lácteas sem lactose estão tendo incentivo para o crescimento em muitos mercados, como a França, onde a categoria conseguiu um CAGR de 67%, a Rússia (22%), Países Baixos (16%) e Indonésia (15%). Em nível regional, o Oriente Médio e a África surgiram como as regiões de maior crescimento, alimentadas por altas taxas de natalidade.
A intolerância à lactose ligada à etnia
É praticamente impossível quantificar o número global de pessoas afetadas pela intolerância à lactose, e até mesmo a formulação de uma definição precisa de intolerância à lactose é complicado. Simplificando, as pessoas cujos corpos produzem quantidades insuficientes da enzima lactase, que é necessária para digerir a lactose, açúcar do leite, são consideradas intolerantes à lactose. No entanto, existem vários graus de intolerância à lactose, dependendo da quantidade de lactase que um indivíduo é capaz de produzir. De acordo com a European Food Safety Authority (EFSA), a maioria das pessoas com intolerância à lactose podem tolerar até 24g de lactose por dia, desde que este montante não seja consumido em uma única refeição.
A intolerância à lactose é geneticamente determinada e está relacionada à forma como os produtos lácteos durante muito tempo foram parte da dieta básica de uma população. Por exemplo, as taxas de incidência são mais baixas, cerca de 3%, entre brancos europeus ocidentais, que têm contado com produtos lácteos por milhares de anos para satisfazer as suas necessidades alimentares. Em populações onde o leite é tradicionalmente ausente da dieta, ou seja, em muitos sub-africanos, afro-caribenhos, sul-americano, da Ásia Oriental e das populações do Sudeste Asiático, as taxas de incidência de intolerância à lactose são superiores a 90%. No Norte Africano, na América Central, Índia e nas populações do Oriente Médio, a intolerância à lactose afeta cerca de 50% das pessoas.
Etnia /
Região geográfica % com intolerância à lactose
1. Leste Asiático 90% - 100%1
2. Indígenas (América do Norte) 80% - 100%3
3. Ásia Central 80%1
4. Afro-americanos (América do Norte) 75%2
5. Africanos (África) 70% - 90%1
6. Indianos (Sul da Índia) 70%1
7. Franceses(Sul da França) 65%1
8. Judeus Ashkenazi (América do Norte) 60% -80%3
9. Região dos Balcãs 55%1
Etnia /
Região geográfica % com intolerância à lactose
10. Latinos/Hispânicos (América do Norte) 51%2
11. Indianos (Norte da Índia) 30%1
12. Anglo (América do Norte) 21%2
13. Italianos (Itália) 20% - 70%1
14. Franceses (Norte da França) 17%1
15. Finlandeses (Finlândia) 17%1
16. Austríacos (Áustria) 15% - 20%1
17. Alemães (Alemanha) 15%1
18. Britânicos (Reino Unido) 5% - 15%1
1. Michael de Vrese, MD "Probiotics: Compensation for Lactase Insufficiency," American Journal of Clinical Nutrition, Feb., 2001
2. Nevin S. Scrimshaw, MD "The Acceptability of Milk and Milk Products in Populations with a High Prevalence of Lactose Intolerance," American Journal of Clinical Nutrition, Oct., 1988
3. National Institute of Child Health and Human Development "Lactose Intolerance: Information for Health Care Providers," NIH Publication No. 05-5303B, Jan., 2006
O fato de algumas percentagens serem exatas e outras serem fornecidas como um intervalo é o resultado das metodologias de pesquisa utilizadas pelos autores dos respectivos estudos.
A América Latina oferece maior crescimento
O mercado latino-americano surge como a região de crescimento mais dinâmica no período em análise, com o valor de vendas de alimentos sem lactose passando de US$ 22 milhões para US$ 359 milhões.
No México, os produtos de intolerância alimentar atingiram a taxa de crescimento mais dinâmica em 2009 em todas as categorias de saúde e bem-estar, apesar dos efeitos negativos da crise econômica. A consciência do consumidor tem aumentado nos últimos anos, o que levou dezenas de consumidores a mudar do leite tradicional para variantes sem lactose. O valor das vendas de alimentos sem lactose aumento para um CAGR de 142% no período em análise. O leite UHT sem lactose, em particular, tem apresentado um crescimento excepcional.
Atualmente, o mercado de produtos lácteos e sorvetes sem lactose ainda é insignificante no México, mas os fabricantes devem começar a lançar uma gama de alimentos sem lactose, tais como queijo e sorvete. O leite de soja e alternativas de leite à base de soja não são susceptíveis de se tornarem uma grande ameaça para a categoria no futuro, uma vez que a previsão para a percepção do consumidor mexicano frente a estas ofertas continua a ser, em grande parte, desfavoráveis.
O México deve continuar a ser um dos mercados de crescimento mais dinâmico para os alimentos sem lactose, com uma previsão de CAGR de 68%, o que está em linha com as expectativas de crescimento regional. Para comparação, um CAGR de 18% é antecipado em um nível global.
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