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CREME DE LEITE VEGETAL É NOVA APOSTA DE FOODTECHS NO MERCADO VEGANO

Após a febre dos “leites vegetais” de aveia - e outras inúmeras plantas -, os fabricantes deles aproveitam a oportunidade para desenvolver produtos derivados, com grande saída nas gondolas dos supermercados. Um bom mercado é o do creme de leite, antigamente em lata e hoje principalmente em embalagem Tetra Pak de 200g. O creme de leite vegetal deve ser uma alternativa ao creme de origem animal, ingrediente comum de pratos como estrogonofe, molhos e brigadeiro.

Tecnicamente, não é nenhuma novidade. Há mais de 20 anos atrás, em 1998, o artigo The Vegan Dairy, publicado no Nutrition & Food Science, já apresentava alternativas não lácteas ao leite e produtos lácteos. Examinava uma gama de produtos adequados para os laticínios veganos e comparava os perfis nutricionais com os do leite tradicional e produtos lácteos. As conclusões eram que os veganos deviam escolher produtos alternativos não lácteos que tinham sido fortificados. O caminho a seguir era expandir a gama de produtos lácteos veganos fortificados, aumentando a disponibilidade desses alimentos e, com o tempo, reduzindo seu preço.

Os cremes vegetais podem ser tipicamente produzidos por moagem de material vegetal em um líquido espesso, ao qual são adicionadas gomas para imitar a viscosidade e a sensação na boca do creme. Variedades comuns são creme de soja - cada vez menos apreciado -, creme de coco e creme de caju. O creme de coco integral é a melhor alternativa para um creme mais consistente. Seu sabor levemente adocicado combina perfeitamente com muitas sobremesas e também pode ser usado em alguns pratos salgados sem alterar o perfil geral do sabor.

No Brasil, três empresas estão ingressando nesse campo: a cearense Positive Brands Indústria e Comércio de Alimentos Saudáveis S.A., com sua marca A Tal da Castanha; a paranaense Nice Foods Ltda.; e a paulistana Bebidas Nude Ind. e Distribuidora Ltda.

A Nude, fundada em 2020, por Alexander Appel e Giovanna Meneghel Appel, recebeu recentemente aporte de R$ 25 milhões e desenvolveu um creme culinário vegano para ser utilizado em receitas doces e salgadas. O produto, embalado em uma caixinha Tetra Pak de 200ml, é composto por água, base de aveia, óleo de canola, emulsificante, carbonato de cálcio, goma xantana e sal marinho. Assim como os demais leites da Nude, também estampa a sua pegada de carbono no rótulo. A emissão em todo o processo de produção - da plantação até as gôndolas - é de 0,68 Kg CO2e por kg.

O creme culinário de aveia já está disponível nos supermercados em que a foodtech está presente, food services, cafeterias e e-commerce, com o valor sugerido de R$ 6,89.

A Tal da Castanha (ATDC), fundada em 2014, nasceu dentro da Amêndoas do Brasil e pertence hoje a Positive Brands. Já oferece seis apresentações de bebidas vegetais, em embalagens de 1 litro e de 200ml. Também inova ao lançar uma linha culinária à base de oleaginosas, seguindo os pilares da marca: ingredientes 100% vegetais, naturais e formulações clean label. Batizada de Cremeria, o primeiro lançamento é o creme de leite feito à base de amêndoas, com textura encorpada, livre de lactose, caseína, aditivos, aromas e conservantes artificiais, além de sabor leve para combinar com receitas tradicionais. A caixinha de 200g será vendida a partir de R$ 9,90. Aqui, já complica!

Segundo Felipe Martins Teixeira de Carvalho, sócio-administrador da Positive Brands, a Cremeria terá uma ampla oferta de produtos, principalmente para aplicação culinária, para atender estabelecimentos que carecem dessa demanda, como confeitarias e restaurantes. A foodtech ainda irá lançar novas variedades lácteas vegetais, como leite condensado e molhos. “O creme de leite vegetal garante uma substituição perfeita ao de origem animal. Tem o mesmo nível de gordura, textura e sabor, além de mais saudável por ser zero colesterol e sódio”, salienta Carvalho. Pode vir a atrair novos consumidores ao mercado plant-based.

A Nice Foods, dos curitibanos Paola Stier e Thiago Lorusso, lançou o Nice Milk 2.0, uma nova versão do já conhecido leite vegetal concentrado e em formato de pasta. O produto continua com apenas um ingrediente, a castanha-de-caju crua, sem aditivos, mas sofreu alterações no seu processo para ficar com aspecto mais solúvel e neutro.

Segundo Stier, foi adicionada uma etapa a mais na transformação da castanha, a partir de investimento em tecnologia. Cada pote de 450ml rende sete caixas de leite vegetal (6,5 litros) e 10 de creme de leite (200g). O custo é de R$ 58,90 (R$ 8,45 por litro) e a consistência depende da quantidade de água adicionada ao bater a pasta no liquidificador.

“O Nice Milk veio para ser o leite mais versátil do mercado. Como diz o slogan, dá para fazer leite, creme de leite, queijo e o que a imaginação permitir”, afirma Paola, a fundadora. A startup está lançando, ainda, uma versão concentrada em pasta feita à base de aveia, que pode ser consumida pura, adicionada em bebidas ou utilizada para o preparo de receitas, em substituição ao leite condensado, por exemplo, ou para dar brilho e consistência aveludada a caldas de bolo e ganaches. O novo produto rende cinco litros de leite vegetal e tem sabor adocicado, que vem da quebra enzimática do amido da própria aveia ao ser transformada em maltose, o que garante versatilidade e sabor mais neutro. Não é adicionado açúcar no processo. Cada embalagem de 450g será vendida a partir de R$ 46,50, via e-commerce da marca.

Ninguém quer ficar de fora desse mercado! Dados da Euromonitor revelam que o consumo de bebidas vegetais sem soja, feitas com matérias-primas como aveia, castanhas e amêndoas, cresceu 540% nos últimos cinco anos (2016-2021). A previsão, até 2026, é de alta de 84%, o equivalente a R$ 376,9 milhões, ante R$ 148,7 milhões da soja (o ingrediente amargará queda de 50% nos próximos quatro anos).








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