Estudo do Euromonitor mostra preocupação com a saúde como motivação para consumo de carne vegetal entre 37% dos consumidores no mundo todo
A instituição de pesquisa Euromonitor, especializada em estudos de consumidor, divulgou sua mais recente análise dos hábitos de consumo de proteínas alternativas e dietas à base de plantas. O estudo global confirma a consolidação das proteínas alternativas como importante categoria de consumo e seu contínuo crescimento nos
próximos anos.
A indústria de proteínas alternativas movimentou US$9 bilhões entre 2015 e 2020 mundialmente. O crescimento é estimulado pelos flexitarianos, pessoas que diminuem o consumo de produtos animais sem interrompê-lo completamente. Atualmente, os flexitarianos são quase um quarto da população mundial - 23% em 2021, um crescimento de 2% desde o ano passado.
No Brasil, segundo pesquisa do The Good Food Institute de 2020, 50% da população afirma já ter diminuído o consumo de carne, um crescimento de 73% em relação a 2018, quando a população de flexitarianos era de 29%.
Crescimento em meio à crise
A crise do Covid-19 evidenciou como a saúde pode ser afetada pela alimentação. As proteínas alternativas surgiram como uma forma de cuidar da saúde de maneira integrada com o dia-a-dia. Segundo a Euromonitor, a maior motivação por trás da mudança nos hábitos alimentares é justamente essa, apontada por 37% dos
flexitarianos.
O mesmo acontece no cenário nacional. Cerca de 59% dos brasileiros afirmam ter diminuído o consumo de produtos de origem animal por questões de saúde, de acordo com pesquisa do GFI Brasil (2018). Esse número chega a 70% se considerarmos, também, as restrições médicas, apontadas por 11% dos entrevistados.
Como as pessoas, durante o confinamento, fizeram quase a totalidade de suas refeições em casa, aumentaram a necessidade de experimentar novos produtos e abertura a incorporar novidades. A demanda acelerou ainda mais o ritmo constante de inovações no setor, proporcionando um fluxo de novos lançamentos no mercado e dando ao consumidor um número de novas opções para provar e incorporar ao prato.
Essa combinação proporcionou o crescimento continuado da indústria de proteínas alternativas, mesmo em meio à crise econômica resultante da pandemia. E a tendência é que o setor continue a expandir. Mesmo com as restrições e lockdowns sendo flexibilizados ao redor do mundo, o relatório do Euromonitor prevê um crescimento de 15,9% para carnes vegetais até 2025 e 13,5% para leites vegetais.
O relatório conclui que as proteínas alternativas devem continuar sendo presença garantida no prato do consumidor mesmo em um mundo pós-pandemia. Para isso, a indústria deve continuar se adaptando às novas demandas e aprimorando as tecnologias para entregar não apenas uma experiência sensorial similar mas também o perfil nutricional desejado.