O mapeamento contempla empresas e instituições de pesquisa que desenvolvem produtos e estudos relacionados a alimentos vegetais, cultivados ou obtidos por fermentação
Com pouco mais de dois anos desde o primeiro lançamento de um produto à base de proteínas alternativas, o futuro burger da startup Fazenda Futuro, o Brasil já conta com cerca de 90 empresas e cerca de 44 universidades e instituições de pesquisa atuando neste setor. É o que afirma o primeiro mapeamento do setor de proteínas alternativas, elaborado pelo The Good Food Institute Brasil.
Organizado em categorias de serviços e produtos tais como carnes vegetais, leites, derivados, ovos, ingredientes, inovação e investimento, o mapa de empresas concentra apenas marcas que desenvolvem ou promovem alimentos que mimetizam a experiência sensorial dos produtos de origem animal. Portanto, empresas que produzem alimentos não-análogos, ou seja, que não possuem aparência, sabor, aroma e textura similares aos produtos de origem animal, não estão contemplados.
“Consideramos esse mapa um documento vivo. Com certeza, existem empresas que não estão contempladas e que fazem parte desse universo. Esta primeira versão foi criada a partir de uma chamada pública, em que o GFI Brasil convidou empresas a se cadastrarem para constarem no mapa. Pretendemos atualizá-lo periodicamente, por isso manteremos o formulário de inscrição sempre aberto”, afirmou Raquel Casselli, gerente de Engajamento Corporativo do GFI Brasil.
Já o mapeamento acadêmico-científico apresenta uma visão panorâmica sobre a ciência de proteínas alternativas no Brasil, com base nos dados do Diretório de Pesquisa Colaborativa criado pelo GFI. Com o mapa é possível identificar quem são os pesquisadores e universidades engajados na pesquisa de proteínas alternativas no país, assim como as áreas tecnológicas em que as pesquisas estão sendo realizadas (vegetal, cultivo celular ou fermentação).
“O GFI criou o Diretório de Pesquisa Colaborativa para conectar pesquisadores da área de proteínas alternativas do mundo todo. A plataforma virtual conta tanto com pesquisadores já ativos no setor de proteínas alternativas quanto com interessados em atuar nessa área. Dos 194 pesquisadores cadastrados no diretório, 107 são brasileiros. E o nosso mapeamento quis identificar quem são esses cientistas, os que pesquisam e em quais universidades e centros de pesquisa estão conectados”, conta a diretora de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil, Dra. Katherine de Matos. Os pesquisadores que quiserem fazer parte do Diretório de Pesquisa Colaborativa podem realizar o seu cadastro gratuitamente.
Com os dois mapeamentos, o GFI Brasil espera fortalecer e conectar ainda mais as instituições atuantes no setor de proteínas alternativas. “Por ser uma área nova, a indústria demanda muita inovação, novos ingredientes, novas fontes de proteínas e novas soluções tecnológicas para desenvolver os seus produtos. Por isso é tão importante saber onde estão sendo desenvolvidas essas soluções”, acredita Raquel. “Por outro lado, a academia também precisa estar conectada com a indústria para identificar quais problemas e desafios precisam ser resolvidos. Neste sentido, os dois mapeamentos podem ser utilizados como uma ferramenta de conexão entre essas duas áreas fundamentais para o desenvolvimento do mercado de proteínas alternativas no Brasil. É uma excelente oportunidade tanto para os pesquisadores quanto para as empresas”, finaliza Katherine