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Brasileiro André Menezes, ex executivo da BRF, abriu a startup Next Gen Foods

Fundada em cingapura, em parceria com o alemão timo recker; a startup de carne vegetal é avaliada em US$180 milhões

Quando inaugurar suas operações, neste mês, em Dubai (Emirados Árabes Unidos), a recém-criada Tindle terá chegado a seu quarto país. Com atuação no mercado de proteína plant-based, a marca produz frango de origem vegetal e é a primeira lançada pela Next Gen Foods. Aberta em abril de 2020, a empresa já é avaliada em US$ 180 milhões depois de ter atraído a atenção de grandes fundos asiáticos. Entre os seus planos, está chegar aos Estados Unidos e ao Brasil até o fim de 2022.

Menezes afirma que a empresa de pesquisa e desenvolvimento de produtos e marcas plant-based nasceu da combinação da expertise dos sócios. Ex-funcionário da BRF, o brasileiro foi expatriado à Cingapura em 2016, para atuar junto a uma joint venture que pretendia internacionalizar a empresa, mas que foi dissolvida em 2019. Com a experiência de ter acompanhado toda a cadeia de suprimentos da gigante da proteína brasileira, Menezes resolveu ficar na Ásia e empreender.

Interessado na tendência plant-based, o brasileiro decidiu viajar o mundo e experimentar diversas proteínas feitas com vegetais. Nesse movimento, conheceu o sócio Recker, um veterano do plant-based que havia acabado de vender sua própria foodtech, a LikeMeat, para o Livekindly Collective. "Conseguimos reunir o combo de alguém com conhecimento do setor com alguém com expertise da cadeia de suprimento da proteína", diz.

O interesse dos empresários no mercado de proteína plant-based e a rápida ascensão do negócio não são à toa. Segundo o banco de desenvolvimento UBS, o setor tem potencial de atingir US$ 51 bilhões em 2025, no cenário base, e até US$ 72 bilhões pela estimativa mais otimista - salto de 30% em relação ao tamanho do mercado em 2019. "A indústria da carne não é a resposta para as próximas décadas, em termos de crescimento de consumo", afirma o brasileiro.

A recém-nascida empresa atraiu a atenção de grandes fundos e recebeu, neste ano, a maior captação em uma rodada inicial para uma foodtech. Captou US$ 10 milhões, em março, e outros US$ 20 milhões, em julho. Entre os investidores estão o Fundo Soberano de Cingapura, Temasek Holdings, que gera uma carteira de US$ 232 bilhões, e os escritórios de venture capital GGV Capital e K3 Ventures.

Apesar de ter concentrado os esforços iniciais na produção da Tindle, que fabrica apenas frango plant-based, as demais proteínas, tanto suínas quanto bovinas, estão nos planos da jovem empresa. Agora, contudo, a prioridade é expandir a marca. Além de Cingapura, o frango da Tindle também é vendido na Malásia e nas regiões autônomas chinesas Hong Kong e Macau. Nas próximas semanas, Menezes e Recker inauguram parcerias nos Emirados Árabes, em Dubai e Abu Dhabi.

A empresa pretende ter um time local trabalhando na implantação da marca para o público brasileiro na segunda metade de 2022. O principal entrave é estabelecer parcerias regionais para diminuir o custo de importação.

Diferentemente do empreendimento inicial do sócio Recker, a Next Gen Foods aposta em um modelo light asset, ou seja, sem fábrica ou distribuição próprios. Hoje, a produção é terceirizada na Europa, o que encarece o produto para o mercado brasileiro. Por isso, Menezes diz manter conversas com fábricas mais próximas.

A empresa também optou por não começar a venda diretamente em supermercados. A estratégia inicial da Tindle é fazer parcerias diretas com chefs renomados e restaurantes, movimento similar a outras concorrentes no mercado.








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