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FEIJÃO-FAVA: NOVA ALTERNATIVA PARA PRODUTOS ALTERNATIVOS À CARNE

Vicia faba, popularmente chamada de fava, fava-comum, feijão-fava, fava silvestre ou ainda fava-italiana, é uma Fabaceae pouco cultivada no Brasil, mas de grande importância na Europa, nomeadamente em Portugal, Grécia, Espanha e Itália. Compreende como subespécie a Vicia faba equina, popularmente chamada de fava-cavalinha ou fava-da-Holanda. É uma planta exigente, não tolerando solos de acidez elevada e altas temperaturas.

A Universidade de Helsinque anunciou que uma equipe de pesquisadores da Finlândia, Dinamarca e Reino Unido mapeou o genoma do pulse - quatro vezes maior que o genoma humano -, apresentando oportunidades para superar seus desafios inerentes como cultura e alimento humano. “O feijão-fava é uma base altamente promissora para alternativas à carne e novos alimentos vegetarianos e veganos para o Norte da Europa. Tem um grande potencial, mas só pode funcionar se os agricultores quiserem cultivá-lo e as pessoas quiserem comê-lo”, disse Alan Schulman, chefe de pesquisa do Instituto de Biotecnologia da Universidade de Helsinque e professor de pesquisa do Natural Resources Institute Finland (LUKE), duas das organizações que trabalham no mapeamento do genoma.

Embora o feijão-fava produza muita proteína, é suscetível a secas e doenças, além do seu rendimento variar muito de ano para ano, disse o pesquisador. Também tendem a ter um sabor bastante amargo e forte gosto de feijão (beany) para os humanos. Quase toda (95%) a produção de favas é atualmente destinada à alimentação animal.

“A falta de um genoma prejudicou o desenvolvimento de ferramentas para criadores que permitissem resolver rapidamente esses problemas. O feijão-fava foi estudado apenas por uma pequena comunidade e recebeu poucos investimentos até agora. As coisas estão mudando. O novo genoma está permitindo que a equipe de pesquisa aborde a qualidade nutricional e de processamento, o sabor e as características de sustentabilidade necessárias para o clima futuro”, disse Schulman.

Deve-se desenvolver uma cepa de feijão-fava resistente a doenças e que possa ser cultivada no Norte da Europa e nos países nórdicos, onde a cultura é bem adaptada a condições de crescimento relativamente duras. As favas também podem se tornar um substituto para a soja, amplamente utilizada, que é um alérgeno para alguns e também só pode ser cultivada em climas mais quentes.

A proteína das favas é de fácil digestão, com baixo teor de gordura e sódio e boa composição de aminoácidos. Também tende a manter mais firmeza após o processamento do que outras leguminosas. Empresas de ingredientes, como Meelunie B.V., na Holanda, Roquette, na França, e Nutris, na Croácia, estão desenvolvendo produtos em torno dessa colheita. Em outubro passado, a Meelunie iniciou, na Dinamarca, a construção de uma grande instalação de processamento focada em fava, usando tecnologia de processamento que visa remover as notas amargas do feijão.

Os próximos desafios serão aumentar a produção, já que o feijão-fava não tem sido uma grande parte da cadeia de abastecimento de alimentos humanos até agora, e novos métodos de cultivo, colheita, processamento e transporte do feijão podem ser necessários para atender aos níveis previstos de demanda.

Até agora, a proteína da fava está presente no Sweet Earth Foods Awesome Burger 2.0, da Nestlé, misturada com proteína de ervilha, e em alguns produtos da Beyond Meat.








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