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Ingredientes-chave na formulação de alternativas à carne

A criação de alternativas à carne envolve uma combinação sofisticada de ingredientes cuidadosamente selecionados e processados para replicar as características sensoriais, nutricionais e funcionais da carne animal.

Entre esses ingredientes, as proteínas vegetais são essenciais. Proteínas derivadas de soja, ervilha, grão-de-bico, lentilha e outras leguminosas são amplamente utilizadas devido ao seu perfil de aminoácidos, digestibilidade e funcionalidade tecnológica, como a capacidade de formar géis e emulsões que imitam a textura fibrosa da carne. Essas proteínas não apenas fornecem uma base estrutural, mas também atuam na retenção de água e gordura, fatores importantes para garantir a suculência e a palatabilidade dos produtos finais.

A soja, por exemplo, é altamente valorizada por seu conteúdo proteico elevado e seu perfil de aminoácidos completo, semelhante ao das proteínas animais. Isolados e concentrados de proteína de soja são frequentemente utilizados devido a sua capacidade de criar uma matriz fibrosa que simula a mastigabilidade da carne. Além disso, possui boa solubilidade e capacidade de formar filmes, o que melhora a coesão do produto.

As proteínas de ervilha são populares como alternativa à soja. A ervilha oferece perfil nutricional robusto e suas proteínas apresentam excelente capacidade de emulsificação e formação de géis. Essas características são fundamentais para a criação de produtos que necessitam de uma textura firme e coesa.

O grão-de-bico e a lentilha também são utilizados pela sua digestibilidade e contribuição nutricional, incluindo fibras e micronutrientes. Proteínas desses ingredientes podem ser integradas em combinações específicas para otimizar a textura e o sabor, além de melhorar o valor nutricional dos produtos finais. Possuem propriedades funcionais como a capacidade de absorver água e óleo, além de contribuírem para a formação de uma textura satisfatória e semelhante à carne.

A escolha e a combinação dessas proteínas vegetais são ajustadas meticulosamente para atender as especificações desejadas do produto final, incluindo aspectos como textura, sabor e perfil nutricional. Tecnologias de processamento, como a extrusão, são frequentemente empregadas para texturizar essas proteínas, criando estruturas fibrosas que replicam a complexidade da carne animal.

Além das proteínas, os lipídios são fundamentais para proporcionar suculência e sabor. Óleos vegetais, como os de coco, canola e girassol, são frequentemente escolhidos por suas propriedades sensoriais e estabilidade térmica. O uso de gorduras vegetais também contribui para o perfil de ácidos graxos desejado, muitas vezes visando a redução de gorduras saturadas em comparação com a carne animal. Esses lipídios não apenas aumentam a palatabilidade, mas também desempenham papel na percepção da suculência, um atributo sensorial essencial que afeta a aceitação do consumidor.

Sua incorporação em emulsões e microestruturas dentro da matriz proteica contribui significativamente para a retenção de suculência durante o cozimento, melhorando a textura e o mouthfeel e permitindo a liberação gradual de sabores.

Também contribuem na estabilidade e qualidade de armazenamento dos produtos plant-based. A presença de gorduras adequadas pode ajudar a prevenir a secagem e a deterioração do produto, mantendo sua textura e sabor por períodos mais longos. A utilização de antioxidantes naturais, como tocoferóis, pode complementar a funcionalidade dos lipídios, protegendo-os da oxidação e prolongando a vida útil do produto.

Já os hidrocolóides, como carragenina, goma guar, goma xantana e metilcelulose, atuam na modulação da textura, retenção de água e melhoria da coesão do produto final. São particularmente valiosos na emulação da textura mastigável e suculenta da carne, desempenhando papéis em diversas funções na formulação de alternativas à carne.

A carragenina, por exemplo, é amplamente utilizada devido à sua capacidade de formar géis firmes e elásticos, contribuindo para a textura desejada em produtos cárneos vegetais, além de ajudar na retenção de água, mantendo o produto úmido e suculento, similar ao que se espera de uma carne tradicional.

A goma guar é eficaz na melhoria da viscosidade e estabilidade das emulsões, o que é essencial para manter a uniformidade dos ingredientes e prevenir a separação de fases. Sua capacidade de ligar água também melhora o mouthfeel, tornando o produto mais agradável ao paladar.

A goma xantana, por sua vez, é conhecida por sua alta capacidade de viscosificação a baixas concentrações, o que facilita a criação de uma matriz estável que imita a textura fibrosa da carne. Também contribui para a estabilidade térmica e a consistência durante o processamento e o cozimento.

A metilcelulose é particularmente interessante por suas propriedades gelificantes e espessantes que são ativadas pelo calor. Durante o cozimento, forma um gel termoestável que ajuda a reter a forma e a suculência do produto, proporcionando uma experiência de mastigação semelhante à da carne.

Os corantes naturais, como o suco de beterraba e o extrato de cenoura, são utilizados para reproduzir a coloração da carne crua e cozida, fornecendo um aspecto visualmente atraente e familiar para os consumidores. A manipulação precisa da coloração é essencial para atender as expectativas visuais dos consumidores de carne, pois a aparência é um dos primeiros critérios de julgamento na escolha de alimentos.

O suco de beterraba é particularmente eficaz na imitação da cor vermelha vibrante da carne crua, devido a presença de betalaínas, que proporcionam uma coloração intensa e natural. Além disso, ao ser cozido, pode escurecer de maneira semelhante à carne tradicional, contribuindo para uma aparência autêntica em hambúrgueres e outros produtos cárneos vegetais.

O extrato de cenoura, rico em carotenoides, é utilizado para ajustar os tons de laranja e vermelho, complementando outros corantes para alcançar a coloração desejada. A combinação desses pigmentos permite uma flexibilidade maior na formulação, ajustando a cor para diferentes tipos de produtos e estágios de cozimento.

Além das suas propriedades colorantes, esses corantes naturais também são valorizados por sua contribuição ao perfil nutricional dos produtos, adicionando antioxidantes e outros nutrientes benéficos.

A utilização de corantes naturais também envolve considerações sobre a estabilidade da cor durante o processamento e o armazenamento. É importante garantir que a cor permaneça atraente e consistente ao longo da vida útil do produto. Técnicas de encapsulamento e a escolha de combinações específicas de corantes podem ser empregadas para melhorar a estabilidade e evitar descoloração indesejada.

Já para reforçar o sabor, a utilização de extratos de levedura, glutamato monossódico (MSG) e outros intensificadores de sabor é comum. Esses compostos ajudam a replicar o umami característico da carne, essencial para a aceitação sensorial dos produtos plant-based.

Fibras dietéticas, como as derivadas de bambu e aveia, são incorporadas para melhorar a estrutura e o mouthfeel, além de aumentar o conteúdo de fibras do produto, alinhando-o com as tendências de consumo por alimentos mais saudáveis.

Os agentes de ligação, como as proteínas vegetais hidrolisadas e os amidos modificados, asseguram a integridade estrutural do produto durante o processamento e o cozimento, evitando a desintegração e garantindo uma experiência de consumo semelhante à da carne.

Por fim, a fermentação de proteínas vegetais surge como uma tecnologia inovadora, contribuindo não apenas para o desenvolvimento de sabores complexos e naturais, mas também para a melhoria da digestibilidade e do perfil nutricional das alternativas à carne.




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