A Câmara dos Deputados italiana aprovou uma lei que proíbe a produção e comercialização de carne à base de células, além de restringir o uso de termos associados à carne, como "salame" ou "bife", para produtos à base de carne vegetal. A motivação por trás dessa medida é proteger a história agrícola e a cultura culinária tradicional italiana, conforme anunciado pelo Ministro da Agricultura, Francesco Lollobrigida, em março deste ano.

A decisão ocorre em paralelo a um projeto de lei semelhante apresentado nos Estados Unidos, na Flórida, pelo republicano Tyler Sirois, buscando proibir a fabricação, venda e distribuição de carne baseada em células.

O Good Food Institute Europe (GFI) expressou preocupações, destacando que a lei, que prevê multas significativas por violação, pode prejudicar a inovação e o desenvolvimento sustentável. Argumentou, ainda, que tal medida afastará investimentos, forçará pesquisadores italianos a buscar oportunidades no exterior e terá impactos negativos na luta contra as mudanças climáticas, enquanto outros países europeus investem nesse setor.

A Aliança Italiana para Proteínas Complementares expressou desapontamento, alegando que a lei restringe a escolha alimentar dos italianos, reprime a inovação e possivelmente viola a legislação da União Europeia. Destaca, ainda, a contradição com a tradição italiana de pioneirismo em inovações e lamenta a exclusão do país de uma nova indústria geradora de empregos e de alimentos mais ecológicos.

A lei também impactará a rotulagem de produtos vegetais, proibindo termos comuns como "salame vegetal" e "bife vegano", afetando diretamente as empresas italianas que produzem carne vegetal, um item consumido regularmente por metade da população do país.