A JBS divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2022. O lucro líquido cresceu 151,4%, para R$ 5,14 bilhões, enquanto a receita líquida cresceu 20,8%, para R$ 90,87 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 46,7%, para R$ 9,84 bilhões. Em termos ajustados, o Ebitda aumentou 46,6%, para R$ 10,08 bilhões.
O presidente da JBS, Gilberto Tomazoni, destacou o crescimento de dois dígitos em todas as unidades de negócio da companhia: Seara (+21%), JBS Brasil (+24,2%), JBS Beef North America (+21,7%), JBS Australia (+20,2%), JBS USA Pork (+13,2%), e PPC (+23,9%). Para o executivo, a estratégia de investir em produtos de valor agregado tem sido correta, pois ela complementa o já consolidado mercado de commodities liderado pela JBS. A marca Swift, por exemplo, cresceu 23% em comparação ao primeiro trimestre de 2021.
O CAPEX (CAPital EXpenditure, significa Despesas de Capitais ou Investimentos em Bens de Capitais) do primeiro trimestre de 2022 ficou em R$ 2,2 bilhões, um crescimento de 28,3% em comparação ao mesmo período de 2021, com destaque para a modernização e expansão das unidades produtivas.
A companhia tem investido no setor de proteínas alternativas. Em novembro, comprou a espanhola BioTech Foods, de proteína cultivada. Também no ano passado, adquiriu a holandesa Vivera, terceira maior empresa de plant-based da Europa.
"Até 2050, a população global será de 10 bilhões, segundo a ONU, o que representa um crescimento populacional de 35%. O aumento da demanda de proteína vai crescer muito", afirmou Tomazoni, que enfatizou que a proteína tradicional é e continuará sendo relevante, mas a empresa tem que oferecer opções para o consumidor.
Os executivos da companhia também comentaram sobre as unidades de negócios na Austrália, Estados Unidos e Ásia. O mercado australiano teve crescimento expressivo, com destaque para as exportações para os Estados Unidos. As perspectivas para o crescimento do gado na região são boas diante das chuvas que acontecem onde o rebanho cresce. Ainda sobre o mercado australiano, falou-se da importância da entrada da companhia no ramo da aquicultura. A empresa adquiriu, em agosto do ano passado, a produtora de salmão australiana Huon Aquaculture. O executivo enfatizou a expansão do mix de produtos e a relevância em estar presente em diferentes tipos de negócios.
Para 2022, a companhia investiu US$ 60 milhões para a criação do JBS Biotech Innovation Center, um centro de pesquisa voltado para a área de alimentos, em Florianópolis, SC. O local terá como foco o desenvolvimento de tecnologia própria para a produção de proteínas cultivadas, com o objetivo de tornar o processo produtivo mais eficiente e financeiramente viável.
No mercado doméstico dos Estados Unidos, a companhia vê com confiança a chegada do verão e o aumento das vendas. Também comentaram sobre o aumento dos estoques nos Estados Unidos, reflexo da lentidão dos portos por lá, ainda impactados pela pandemia da Covid-19.
Por fim, a JBS comemorou a retomada das exportações de carne bovina para a China, no fim do ano passado. A receita de exportações cresceu 31%, chegando a US$ 4,5 bilhões. A Ásia corresponde a 53% do total das exportações. Além do mercado chinês, a companhia destacou o forte crescimento das vendas para o Japão e Coreia do Sul.