A categoria de produtos plant-based existe desde a década de 1970 e conquista cada vez mais consumidores. Conheça melhor este mercado.
O mundo mudou em um curto espaço de tempo, especialmente em decorrência das exigências que a pandemia nos trouxe. No mercado alimentício, os produtos plant-based (à base de plantas) ganharam destaque no Brasil, o que foi acentuado nos últimos dois anos. Porém, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), essa categoria de produtos existe desde a década de 1970 e era destinada a um público muito restrito, veganos e vegetarianos com foco na substituição da proteína animal, e com a produção quase exclusivamente à base de soja.
Apesar dessa característica, por muitos considerada uma limitação dos produtos daquela época, essa geração de produtos plant-based foi fundamental para os primeiros passos de um movimento que, anos depois, se tornaria a realidade que conhecemos hoje, com grande demanda e evolução contínua de produtos. Assim, os substitutos vegetais para produtos de origem animal, como leite, manteiga e outros laticínios, já estavam disponíveis no mercado alimentício há um tempo, mas voltados a esses públicos ou àqueles com alguma restrição alimentar.
Hoje, o consumidor é mais exigente, informado e consciente em relação ao impacto que o modelo atual de alimentação pode causar ao meio ambiente. Por isso, há uma forte demanda para que os modelos de produção tenham alternativas mais sustentáveis e humanizadas.
Essa demanda impulsiona a indústria para o desenvolvimento de novos ingredientes e alimentos que sejam capazes de atrair o maior número de consumidores para práticas de consumo mais saudáveis e sustentáveis. Ao mesmo tempo, oferecem a possibilidade de uma transição que proporcione melhor experiência a quem esteja interessado em adotar novos hábitos de consumo.
Em pesquisa feita pela Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis), foi apontado um aumento de 44,5% no consumo de orgânicos durante os sete primeiros meses da pandemia de Covid-19. A mudança de hábitos também se refletiu na escolha por alimentos e bebidas que os consumidores entendem ajudar na imunidade, como mostra estudo da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em que 36% dos consumidores começaram a inserir produtos que consideram ser benéficos para o sistema imunológico.
Como vimos, não apenas vegetarianos e veganos desejam consumir alimentos produzidos com maior responsabilidade ambiental, sem crueldade animal e que sejam nutritivos e saborosos. Existem milhares de novos consumidores que não querem receber um título ou serem taxados em grupos específicos, mas que desejam rever seus hábitos e adotar novas práticas alimentares.
A pesquisa O consumidor brasileiro e o mercado plant-based (2021), desenvolvida pela The Good Food Institute Brasil aponta para um caminho promissor e repleto de desafios para o plant-based no país. Nela, observa-se o crescimento do público flexitariano, ou seja, pessoas que buscam reduzir o consumo de produtos de origem animal, sem interrompê-lo completamente.
Em 2020, ano em que foi realizada a pesquisa, 49% dos participantes afirmaram ter diminuído o consumo de carne. A mesma pesquisa revelou que 29% dos entrevistados reduziram o consumo em comparação ao ano de 2018. Assim, há um aumento considerável na evolução do grupo de consumidores adeptos ao flexitarianismo, um destaque para o mercado brasileiro.
É comum observarmos pessoas que já provaram ou desejam provar uma carne vegetal, seja pela curiosidade quanto ao sabor e textura, ou pelo desejo de reduzir o consumo de carne animal. Também há os que desejam ter uma dieta mais equilibrada e buscam por opções mais saudáveis e saborosas nas gôndolas dos supermercados.
Ainda segundo a pesquisa realizada pela The Good Food Institute Brasil (2021), as características nutricionais que os entrevistados consideravam mais importantes na compra de alternativas vegetais são: possuir sabor, aroma e textura igual ou melhor que a proteína de origem animal (62%); consumir um produto o mais natural possível (60%) e priorizar o valor nutricional igual ou superior à proteína de origem animal (59%).
Assim, é importante entendermos o perfil de consumo e as preferências do consumidor no cenário nacional. Quando observamos que o formato do alimento (sabor, aroma e textura) e a maior proximidade ao natural lideram as respostas, podemos concluir haver o desejo de se consumir uma carne vegetal que traga alguma semelhança à de origem animal.
Um estudo da Euromonitor International, realizado em 2020, demonstrou que o Brasil é o 16º maior mercado do mundo na categoria de substitutos de carne, movimentando US$ 82,8 milhões em 2020, um crescimento de 69,6% em relação a 2015.
Existe uma enorme oportunidade de crescimento para o mercado de produtos plant-based, principalmente com as carnes vegetais. Para aproveitá-las, é preciso que as indústrias enxerguem a necessidade de entregar produtos com saudabilidade e uma experiência sensorial similar ao produto de origem animal.
Pensando nisso, já existem tecnologias que permitem diminuir as quantidades de açúcar, sal e gordura em produtos industrializados. Também é possível alterar um sabor indesejado, muitas vezes proveniente das proteínas vegetais, mantendo a estrutura e aspecto nutricional de um alimento processado.
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