O governo francês se tornou o primeiro país da União Europeia a banir termos de carne à base de plantas. A decisão, que alega evitar confusão para os consumidores, foi fortemente apoiada, obviamente, pela indústria da carne francesa e pelo maior lobby agrícola do país. O assunto não é novo! Em 2020, os legisladores da União Europeia rejeitaram uma proposta semelhante, mas os lobistas franceses da agricultura, pecuária e indústria da carne têm pressionado fortemente pela implementação de tais leis de censura aos produtos plant-based. O maior lobby agrícola do país, a FNSEA (Fédération Nationale des Syndicats d’Exploitants Agricoles), disse achar que o decreto não foi longe o suficiente, segundo a Reuters, enquanto a associação francesa da indústria de carnes Interbev (Interprofession Bétail & Viandes) afirmou que a decisão: “Deve ser estendida em nível europeu”.
De acordo com um novo decreto publicado nos últimos dias de junho, a França proibirá o uso de nomes de carne como “bife” e “linguiça” em alimentos à base de plantas a partir de outubro. A França é o primeiro país da União Europeia a impor essas restrições a alternativas sustentáveis de carne, que aumentaram em popularidade em todo o mundo. Descrições de produtos comumente usadas, como “bacon” ou “frango”, agora, serão proibidas para itens à base de plantas. A palavra “hambúrguer” ainda será permitida, pois aparentemente não se refere especificamente à carne!?
Estranhamente, a lei se aplicará apenas aos produtores franceses, por enquanto, e não às importações, colocando um estrangulamento na emergente economia baseada em vegetais da França.
A ciência climática afirma, de forma esmagadora, a necessidade de reduzir drasticamente o consumo de carne e laticínios para ter alguma chance de evitar uma futura catástrofe climática global. Esses ataques descarados à indústria de proteínas alternativas devem ser resistidos a todo custo, por causa dos direitos do consumidor, do suprimento de alimentos e do futuro do planeta.