A Beyond Meat anunciou a redução de seu quadro de funcionários e a suspensão de suas operações na China. A decisão é um esforço da empresa para equilibrar suas despesas diante da queda na demanda por alimentos à base de plantas.

Nos últimos anos, os produtos plant-based têm enfrentado desafios como preços elevados em comparação com a carne tradicional, preocupações com o uso de ingredientes altamente processados e críticas quanto ao sabor e à textura. De acordo com um relatório da Circana, as vendas de alternativas à carne caíram 9% em 2023, totalizando US$ 1,1 bilhão. O levantamento também apontou que essa categoria tem perdido participação no mercado de carnes desde 2020, com um número maior de consumidores deixando de comprá-la do que novos consumidores aderindo ao segmento.

Diante desse cenário, a Beyond Meat já realizou cortes de empregos, aumentou os preços devido ao custo dos ingredientes, ajustou a fórmula de seu hambúrguer plant-based e focou em mercados e canais estratégicos. Também revisou seus esforços de inovação e retirou alguns produtos das prateleiras, como a carne seca vegana desenvolvida em parceria com a PepsiCo.

“Nosso objetivo é fortalecer nosso balanço patrimonial para melhorar a liquidez e otimizar nossa estrutura de capital”, afirmou Ethan Brown, CEO da Beyond Meat, em comunicado. Ele destacou ainda que a empresa mantém “confiança considerável no crescimento de longo prazo da indústria global de carne à base de plantas e na liderança da Beyond Meat nesse setor.”

Apesar dos desafios, há sinais de que os esforços da empresa começam a surtir efeito. No último trimestre, as receitas líquidas cresceram 4%, atingindo US$ 76,7 milhões. O aumento na receita por peso compensou a queda no volume de produtos vendidos, marcando o segundo trimestre consecutivo de crescimento na comparação anual. Além disso, a Beyond Meat melhorou suas margens brutas e reduziu seu prejuízo para US$ 37,8 milhões, uma queda em relação aos US$ 160,8 milhões do mesmo período do ano anterior.