Page 35 - Aditivos | Ingredientes - Edição 179
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O veganismo em si não é uma dieta, mas um estilo de vida, com foco na ética animal. A palavra deriva do inglês vegan, ter- mo criado em 1944, pelos ingleses Dorothy Morgan e Donald Watson (1910-2005), quando cofundaram a The Vegan Society, em mercadorias, trabalho, caça, vivissecção e quaisquer outros usos envolvendo a explo- ração da vida animal pelo homem”. A partir de 1951, a Vegan Society definiu como “a doutrina de que o homem deve vi- ver sem explorar animais”. O interesse pelo veganismo aumentou na década de 2010, especialmente na última metade. Mais lojas veganas foram abertas e opções veganas se tornaram cada vez mais disponíveis em supermercados e restaurantes. De acordo com Joanne Stepaniak (1954), escritora americana especializada em veganis- mo e nutrição, a palavra vegan foi publicada pela primeira vez de forma independente em 1962, pelo Oxford Illustrated Dictionary, com a definição: um vegetariano que não come manteiga, ovos, queijo ou leite. A ideia de viver de uma alimentação baseada estritamente em alimentos vege- tais, no Ocidente, existe há muito tempo. No século XIX, já havia inúmeros debates entre vegetarianos que consumiam produtos lácteos e/ou ovos e vegetarianos estritos. Em 1809, o Dr. William Lambe, um pioneiro do vegetarianismo estrito, escreveu livros sobre os possíveis benefícios desta dieta no tratamento do câncer hepático e do estôma- go e, em 1854, para outras doenças, algumas crônicas. Assim, só a palavra “Vegan” era uma novidade em 1944. A discussão sobre o uso de produtos lácteos e ovos na dieta vegetariana era recorrente, desde 1909. Em 1931, Ghandi discursou para a The Vegetarian Society de Londres a palestra “The Moral Basis of Vegetarianism”. Em 1938, a palestra “Saúde Sem Produtos Lácteos”, foi ministrada pelos médicos Dr. Cyril V. Pink e Dr. William White, que repetidamente em suas palestras e escritos testemunhavam sobre a condição superior de bebês criados sem leite de vaca. O veganismo define um modo de vida que busca excluir todas as formas de explo- ração e crueldade animal, seja na produção de alimentos, roupas (couro, seda, etc.), cosméticos (queratina, batom vermelho carmim, etc.), higiene pessoal, limpeza, serviços e atividades em geral. Assim, não se trata só de dieta! Exclui o uso de animais ou derivados em toda a cadeia de produção. Seja para matéria-prima, testes em laboratórios ou exploração em serviços, se houver uso de animais ou derivados não cabe o uso do termo vegano. Por isso, muitas pessoas supostamente veganas... não o são 100% na prática! VEGANISMO E COSMÉTICA Você sabe a origem dos produtos usados em cosméticos? Quando você é vegano, eliminar carne ou peixe é muito fácil. Mas caçar substâncias de origem animal em pro- dutos de beleza ou higiene é um pouco mais complicado... Aqui está uma lista não exaustiva de produtos de origem animal para rastrear nos rótulos... Glicerina: é uma gordura animal frequentemente encontrada em cremes e maquiagens por suas propriedades hidratantes. Colágeno: é uma proteína que cons- titui, entre outras coisas, ossos e pele. O colágeno encontrado nos cosméticos vem de carcaças de animais, como carne de porco ou pele de peixe. É usado pelo seu efeito plumping. Queratina: esta é novamente uma proteína encontrada no cabelo e na pele dos animais. É colhido principalmente na lã de ovelha ou nas penas das aves. A queratina é usada no cuidado do cabelo para fortalecê-lo. Por fim, diga adeus ao lindo batom vermelho carmim, se quiser eliminar os produtos de origem animal. Esse pigmento vermelho é obtido esmagando cochonilhas. Não é muito glamoroso... É encontrado em muitos batons ou blush e também em alimentos. É o corante E120, feito a partir da cochonilha (Dac- tylopius coccus); é preciso 70.000 insetos para produzir 500g de corante!!! Para ter certeza de estar usando um cosmético vegano, procure usar um produto com label internacionalmente reconhecido, garantindo que não haja origem animal ou substâncias testadas em animais nos produtos que você compra. Os organismos mais conhecidos que atribuem esse tipo de label são o PeTA (People for the Ethical Treat- ment of Animals), uma organização não go- vernamental de am- biente (ONGA), fundada em 1980, que já conta com mais de dois milhões de membros e se de- dica aos direitos animais. Birmingham, no Reino Unido. No início, usaram essa palavra para signi- ficar non-dairy vegetarian (vegetariano não lácteo). No entanto, em maio de 1945, os veganos se abstiveram explicitamente de ovos, mel, leite, manteiga e queijo de animais. O veganismo é a prática de se abster do uso de produtos de origem animal, procurando excluir, na medida do possível e praticável, o uso de qualquer produto de origem animal, seja na alimentação ou no vestuário. Um seguidor desta prática é conhecido como vegano. Os veganos, tal como os vegetarianos, não consomem quaisquer alimentos que envolvam a morte de um animal, como por exemplo carne, peixe, moluscos ou insetos, sendo que adicionalmente e contrariamente aos vege- tarianos, os veganos também não consomem quaisquer alimentos de origem animal, tais como laticínios, ovos ou mel. Ademais, não adquirem produtos ou materiais derivados de animais, tais como couro ou lã, produtos testados em animais, nem frequentam lugares que usem animais para entretenimento, tais como espetáculos circenses que fazem uso de animais, rodeios ou jardins zoológicos. Embora a dieta vegana e o princípio da não exploração dos animais tenham sido de- finidos na fundação da Sociedade Vegana em 1944, Leslie J. Cross, em 1949, considerava que a sociedade carecia de uma definição mais ligada aos “direitos dos animais”, exi- gindo de seus membros a estrita obediência a esses termos, nomeadamente “o princípio da emancipação dos animais da exploração pelo homem”. Isso foi posteriormente definido como “a busca pelo fim do uso de animais pelo homem para alimentação, EVOLUÇÃO DO PLANT-BASED 35

