Page 36 - Aditivos | Ingredientes - Edição 179
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  EVOLUÇÃO DO PLANT-BASED     Possui dois label, um Cruelty Free e outro Cruelty Free & Vegan. A diferença? Ambos garantem a não utilização de animais em testes e desenvolvimento, mas só o segundo garante a não utilização de matéria-prima de ori- gem animal no produ- to. Um segundo label confiável é o da The Vegan Society: The Vegan Trademark. Esse label Vegan tem ajudado os usuários a identificar que um produto não contém ingre- dientes de origem animal, desde 1990. O registro com a marca comercial dá aos fabricantes/marcas a confiança para anun- ciar suas credenciais veganas. O label Vegan existe em mais de 50.000 produtos em todo o mundo, incluin- do cosméticos, rou- pas, alimentos, bebidas, utensílios domésticos e muito mais! Um terceiro label, bastante reconhecido é o da francesa One Voice, uma associação jurídica local criada por Muriel Arnal, em 1995. Atua na França e no mundo pelo respei- to a vida em todas as suas formas e de- nuncia tanto a explo- ração animal quanto suas consequências de forma ética, ambiental e sau- dável. Desenvolve campanhas de lobbying e sensibilização com base, nomeadamen- te, no trabalho das investigações dos seus especialistas e nos relatórios dos peritos. Trabalha com ONGs internacionais, santuários e abrigos em todo o mundo onde suas ações são úteis. Seus dois labels garantem a ausência de testes em animais de produtos acabados, a ausência de testes em animais dos ingredientes, a presença de ingredientes naturais orgâ- nicos (logotipo laranja) e a ausência de material de origem animal, exceto mel, pólen e cera de abelha. Plant-based se refere tanto a uma dieta quanto a um produto. Enquanto a dieta não é exclusivamente baseada em vegetais, os produtos plant-based são! O termo se origina da comunidade científica e foi apresentado em 1980, pelo Dr. T. Colin Campbell (1934), bioquímico americano especializado no efeito da nutri- ção na saúde a longo prazo, que o utilizou para definir uma dieta com baixo teor de gordura e alta quantidade de fibras vegetais. Campbell reivindica a responsabilidade por cunhar o termo plant-based diet para ajudá- lo a apresentar sua pesquisa sobre dieta no National Institutes of Health (NIH), em 1980. O National Institutes of Health é um conglo- merado de centros de pesquisa que for- mam a agência governamental de pesquisa biomédica do United States Department of Health and Human Services, frequentemente abreviado como HHS, com sede em Bethes- da, Maryland. É o maior centro de pesquisa biomédica do mundo, com cerca de vinte mil funcionários. Enfim, nessa oportunidade, Campbell definiu a plant-based diet como “uma dieta com baixo teor de gordura, rica em fibras e à base de vegetais com foco na saúde e não na ética”. A autora vegana Ellen Jaffe Jones escreveu sobre as origens do termo em uma entrevista de 2011: “Eu dei aulas de culinária para uma organização nacional sem fins lucrativos, o Physicians Committee for Responsible Medicine, e durante esse tempo, a frase plant-based diet passou a ser usada como um eufemismo para comer vegano. Ele foi desenvolvido para tirar a ênfase da palavra vegano, porque alguns a associavam a uma posição muito extremista, as vezes baseada exclusivamente nos direitos dos animais versus uma lógica de saúde”. O termo plant-based diet se refere a dietas que incluem quantidades generosas de alimentos vegetais e quantidades limi- tadas de alimentos animais. The American Institute for Cancer Research e o World Cancer Research Fund recomenda a escolha de dietas predominantemente baseadas em vegetais, ricas em uma variedade de vegetais e frutas, legumes e alimentos básicos amilá- ceos minimamente processados, e limitar o consumo de carne vermelha, se é que ainda é consumida! Originalmente, uma alimentação plant- based se concentra exclusivamente nos benefícios para a saúde de incluir mais alimentos vegetais e evitar - não significa excluir! - produtos de origem animal; aqui não são envolvidos os aspectos éticos e morais, que são a força motriz por trás das dietas veganas. Em resumo, os veganos excluem todo e qualquer insumo de ori- gem animal, enquanto os adeptos de uma plant-based diet simplesmente aumentam o consumo de insumos de origem vegetal, sem por isto abolir totalmente os insumos de origem animal. Exclusão completa vs. substituição parcial! Os humanos são onívoros, capazes de consumir diversos alimentos vegetais e animais. Evidências fósseis de padrões de desgaste nos dentes indicam a possibilidade de que os primeiros hominídeos, como os Australopithecus robustus e os Homo habilis, eram onívoros oportunistas, geralmente subsistindo com uma dieta baseada em vegetais, mas suplementando com carne quando possível, i.e. quando a caça tinha sido boa! Compreender essa diferença entre os termos é tão interessante para consumido- res quanto para fornecedores e todos os envolvidos na oferta desses produtos. Isso porque os consumidores veem o consumo de produtos “plant-based” como uma es- colha alimentar positiva, mas, muitas vezes, consideram um produto “vegano” algo mais restrito a quem tem um estilo de vida muito          36 


































































































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