Page 28 - Aditivos | Ingredientes - Edição 179
P. 28

NOVIDADES DO SETOR Empresa norte-americana Akua lança o primeiro burger feito de kelp, no mundo!       28 kelp? São Laminariales, uma ordem de grandes algas pertencentes à classe Phaeo- phyceae. Apesar da sua aparência de grandes plantas marinhas, não pertencem ao reino das plantas (Plantae), mas classificam-se no reino Chromalveolata, um supergrupo de eucariotas. Conhecem-se perto de 30 gêneros. Essas algas crescem em bosques submarinos (bosques de algas) de águas superficiais e claras, ricas em nutrientes e temperaturas abaixo de 20°C. Esses bosques oferecem proteção a algumas criaturas marinhas e alimentos para outras. Destacam-se pela sua alta taxa de cres- cimento, sendo que as especies Macrocystis pyrifera e a espécie Nereocystis luetkeana crescem tão rápido como meio metro por dia, até alcançarem 30 a 80 metros. Várias espécies do pacífico (kombu, Saccharina japonica e outras) constituem um ingrediente muito importante na cozinha japonesa. A Akua - que já teve o nome de Beyond the Shoreline! - foi fundada em 2017, por Courtney Boyd Myers, CEO & CMO, e Matthew Lebo (COO & CFO). A variedade de kelp utilizada chama-se Saccharina latissima e é fornecida por uma rede de fazendas oceânicas regenerativas ao longo da costa Nordeste dos EUA, principalmente do Maine. Segundo a Akua, o hambúrguer de kelp é uma alternativa mais saudável e sustentável aos hambúrgueres de carne e ham- búrgueres vegetarianos existentes. Kelp não requer água doce, fertilizante, alimento ou terra arável e ajuda a manter os oceanos saudáveis ao filtrar carbono e nitrogênio da água. É também uma fonte rica de nutrientes, tais como vitaminas A, B6, E e K, bem como zinco, cálcio, folato, potássio e ferro. Não tem gorduras saturadas e trans, nem adição de açúcar. A marca criou, então, o que afirma ser o primeiro hambúrguer feito de algas marinhas. Seus principais ingredients são kelp (Saccharina latissima), EVOO (Extra Virgem Olive Oil), cogumelos Crimini, proteína de ervilha, feijão preto, quinoa, coco aminos, farinha de grão de bico, amido de batata e ervilha, levedura nutricional, tomate em pó e temperos. Atualmente, o hambúrguer é vendido apenas online, ao preço de US$ 48,99 para um pacote de 12 (cerca de R$ 20 a unidade). É enviado congelado durante a noite em embalagens compostáveis. Também está disponível em vários restaurantes nos EUA. Não é a única empresa que usa algas marinhas para oferecer alternativas de carne mais sustentáveis. Na Holanda, o The Dutch Weed Burger está fazendo hambúrgueres com três tipos diferentes de algas marinhas, enquanto a irlandesa Plantruption desenvolveu o Irish Sea Weed Burger. akua.co   Emenda parlamentar financiará ‘carne de alga’  a corrida pelo desenvolvimento de proteínas de base vegetal, que tem atraído as maiores empresas de alimentos do mundo e movimentado cifras multimilionárias em pesquisa, chegou também às emendas parlamentares no Congresso Nacional. Se nada mudar na atual previsão orçamentária, a verba de uma dessas emendas deve permitir o avanço de um projeto de uso de algas para a produção de alimentos que imitam o gosto e a textura das carnes de animais. O projeto conseguiu R$ 530 mil via emenda apresentada pelo deputado Paulo Ganime (Novo-RJ). Segundo o parlamentar, seu gabinete lança anualmente um edital para que instituições públicas e privadas inscrevam projetos inovadores. A partir das inscrições, há uma seleção de projetos que entrarão nas propostas de emendas. A professora Ana Lúcia Vendramini, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é a responsável pelo projeto, que prevê o cultivo da alga Kappaphycus alvarezii em Paraty, no litoral Sul fluminense. A pesquisa vai avaliar o potencial da alga como matéria-prima para a fabricação de proteínas de origem vegetal; a espécie já é conhecida por seu uso na produção de aditivos alimentícios. Filipinas e Indonésia são hoje os maiores produtores da alga Kappaphycus alvarezii, principal matéria-prima para a fabricação de carragena, que passou também a ser cultivada em outros países asiáticos, a partir da década de 70. A quase totalidade da produção desta alga seca é industrializada nos Estados Unidos e na Europa por grandes empresas multinacionais, que fabricam e comercializam a carragena para todo o mundo como um ingrediente indispensável em diversos tipos de alimentos, cosméticos, medicamentos ou emulsões industriais. A liberação dos recursos é aguardada para o segundo semestre. “Com esse financiamento vai ser possível concluir a primeira fase do projeto”, afirma a professora. A primeira etapa inclui a instalação da fazenda marinha e capacitação de pessoal. Segundo a pesquisadora, os produtores da região de Paraty foram em busca de mais informações ao detectarem o potencial de mercado. A exploração de algas na área tem aval do Ibama desde 2008. O projeto, que conta com o apoio da UFRJ e outros institutos de pesquisa, será dividido em três etapas, com custo total calculado em R$ 5 milhões. A aprovação da emenda parlamentar para financiar pesquisas sobre proteínas de origem vegetal é mais uma evidência do avanço do segmento. ADITIVOS | INGREDIENTES 


































































































   26   27   28   29   30