Page 42 - Aditivos | Ingredientes - Edição 179
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HAMBÚRGUERES PLANT-BASED padrão da rede. Na mesma época, os Quorn burgers chega- ram às prateleiras dos Estados Unidos. O American Mushroom Institute depositou queixa declarando que o Fusarium venenatum não é um cogumelo, obrigando a Quorn a remover o “Feito de cogumelos” das suas embalagens. Em 2008, a organização não governamental PETA (People for the Ethical Treatment of Animals), fundada em 1980, ofereceu um prêmio de US$1 milhão para o primeiro laboratório a criar um produto de frango in vitro, comercialmente viável, até 2012. Ulteriormente, esse prazo foi extendido para 2014. Em 2009, o The Cornucopia Institute, um grupo nacional de supervisão de políticas agrícolas e alimentares, que trabalha para defender a integridade da agricultura orgânica local e outras formas alternativas de agricultura, levantou o problema do hexano, subproduto do refino da gasolina, uma neurotoxina e um poluente atmosférico perigoso, cujo uso na indústria de alimentos de soja “natural” é generalizado. O The Cornucopia Institute incentiva as empresas que oferecem alternativas de carne à base de soja e barras de nutrição, para usar ingredientes de proteína de soja que sejam processados sem hexano, de preferência orgânico. Os consumidores que desejam evitar a proteína de soja extraí- da com hexano devem sempre escolher alimentos com o selo “USDA Orgânico” - sua única garantia de que seus alimentos não foram imersos em um solvente químico tóxico e poluente. Nos Estados Unidos, segundo relato publicado em novembro de 2010, pelo The Cornupia Institute, as marcas Boca, Dr. Praegers, Franklin Farms, Fantastic World Foods, Gardein, Gardenburger, Lightlife, Morningstar Farms, SoyBoy, Spice of Life, Starlite Cuisine, Trader Joe’s e Yves Veggie Cuisine, usavam proteínas de soja não orgânica. Como esse relatório não foi atualizado, não se sabe ao certo quais são as empresas acima mencio- nadas que se adequaram aos novos padrões sem hexano. As empresas ligadas a grandes conglomerados, como a GardenburgerTM, da Kellogg, por exemplo, já efetuaram as necessárias mudanças. Em 2012, cientistas holandeses usaram células-tronco para criar tiras de tecido muscular com o objetivo de produzir o primeiro hambúrguer cultivado em laboratório. O objetivo da pesquisa era desenvolver uma forma mais eficiente de produzir carne do que a criação de animais. O grupo do Professor Mark Post, da Universiteit Maastricht, na Holanda, desenvolveu pequenos pedaços de músculo com cerca de 2 cm de comprimento, 1 cm de largura e cerca de 1 mm de espessura; eram esbranquiçados e, na aparência, lembravam tiras de lula. Essas tiras poderiam ser misturadas com sangue e gordura artificialmente cultivada para produzir um hambúrguer. O custo de produção do hambúrguer era, na época, de £ 200.000, mas o professor Post disse que, uma vez que o princípio tenha sido demonstrado, as técnicas de produção seriam aprimoradas e os custos diminuiriam. Em 2013, segundo uma pesquisa divulgada pela Mintel na época, apenas 7% dos consumidores se identificavam como vegetarianos, porém 36% indicavam o uso de alternativas à carne. Além disso, menos da metade dos consumidores que usavam alternativas à carne estavam usando os produtos no lugar da carne real, e 16% indicavam comprar os produtos junto com as ofertas de carne. Em julho de 2013, o Chipotle Mexican Grill apresentou o Sofritas, a primeira refeição vegana oferecida por uma rede nacional de fast-food que não era uma salada ou um hambúrguer vegetariano. O prato picante de tofu orgânico ralado podia ser misturado com arroz e feijão em uma tigela, embrulho de taco ou burrito. Apareceu pela primeira vez no menu das sete locações da Chipotle em São Francisco em janeiro. Hoje, está em todos os 1.450 restaurantes em todo o país. O pequeno histórico acima mostra claramente que os hambúrgueres plant-based não são nenhuma novidade. Não são mais uma mera tendência, são uma realidade, uma parte específica do mercado, com crescimento significativo. Mas foi somente a partir do início do século XXI, que realmente começaram a mostrar força e presença crescente em nossa alimentação. Devem ser considerados como uma alternativa alimentar a mais para todos os consumidores que desejam diminuir o número de suas refeições com carne. O certo não é procurar um substituto à carne, mas sim, uma alternativa tal como é o peixe, um prato de massas, etc. Visto sob esse prisma, não é mais a procura de algo parecido, mas que não é. É um outro e novo produto... com incrível, mas não impossível, mercado à frente! 42 ADITIVOS | INGREDIENTES